Igreja nova III

Beijar sapos, Mr. Right
Estamos compreendendo que todos somos ministros. De um pastor executado em um campo de concentração nazista nos chega a seguinte mensagem: Jesus era uma pessoa para os outros, e todos os cristãos devem ser pessoas para os outros. Na teologia da Reforma Martinho Lutero chamou isso de Sacerdócio Universal dos Crentes. Isso quer dizer que todos nós somos ministros uns dos outros.

Estamos aqui para ser o povo que Deus usa para libertar os outros. Uma palavra que está mundo em voga na igreja, mas que não cumpre com a função para a qual foi designada é palavra ministrar. Não sei se contagiados pelo poder que têm os ministros da república, quando alguém diz que vai ministrar na igreja, nunca pensa em fazê-lo como um serviço ao próximo para libertá-lo do mal, e sim de supremacia sobre ele.

Em um boletim de igreja estava escrito: Sabe como é ser um sapo? É ser baixinho e feio; é ser inchado e enganado; é ser tolo e iludido. Nos sentimos como sapo quando queremos ser espertos, mas somos tolos. Nos sentimos como sapos quando queremos ser altruístas, mas somos egoístas. Nos sentimos como sapos quando queremos ser grandes, mas somos pequenos. Nos sentimos como sapos quando queremos ser gratos, mas somos ressentidos. Nos sentimos como sapos quando queremos nos importar com os outros, mas somos indiferentes. Mais do que uma vez em nossa existência nos sentimos como sapos sentados numa folha flutuando no grande rio da vida, medrosos, aborrecidos e ao mesmo tempo na velha teimosia de não querer mudar nada.

Todos conhecem a história do príncipe que bruxa do mal o transformou em sapo e que vivia à beira do rio na esperança de que uma donzela linda o beijasse para que ele voltasse a ser príncipe. Um dia o milagre aconteceu. Chegou uma moça bonita e beijou aquele sapo feio, e aí, debaixo de luzes e sons o sapo virou príncipe. Todos sabem como termina a história; eles viveram felizes para sempre.

Bem, está é a fábula. Agora uma pergunta: qual é a tarefa da igreja de Jesus Cristo? Beijar sapos! Isso mesmo gente. No meio dessa enxurrada de literatura cristã de hoje estou esperando sair um livro com o seguinte título: Como beijar sapos. Quantos sapos existem por aí esperando um beijo para se transformar? Isso vai ser a revolução das revoluções dentro da igreja. Nós temos que achar rapidamente um jeito de nos livrar uns aos outros do encanto do mal.

Finalmente, estamos pouco a pouco descobrindo um novo tipo de vida em Jesus Cristo. A rotina da igreja é uma questão de relacionamento uns com os outros. É uma comunidade em que deveríamos nos amar uns aos outros como Deus nos amou. Que deveríamos aceitar uns aos outros como Cristo nos aceitou. Onde ministramos uns aos outros como ele nos ministrou. Você pode imaginar uma igreja onde poderá dizer abertamente onde lhe dó?i Onde pode esperar receber dos outros atenção e amor? Onde recebemos a aceitação dos outros?

Esta igreja está nascendo. É inconcebível imaginar um hospital em que a pessoa vá anos após ano e ninguém lhe pergunta o que há de errado. Médicos, enfermeiras e ajudantes lhe pergunte onde é que dói. Mas não é isso que está acontecendo na igreja de hoje. Pensamos ser uma indelicadeza ou mesmo falta de educação perguntarmos às pessoas o que há de errado com elas. Por isso é que nós entramos e saímos da igreja e não esperamos qualquer ajuda relevante. Muitas vezes nós evitamos  contar a Deus o nosso problema.

A igreja nova levará a sério a doença e o sofrimento. Na igreja que está nascendo existe um lugar onde esperar a recuperação e a cura. Ela terá um lugar onde poderemos levar à plenitude a vida que temos em Jesus. Talvez, quem sabe, como cristãos ainda precisamos aprender como beijar sapos e descobrir que estamos rodeados de príncipes e princesas encantados pelo mal. 

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