Os que sofrem por amor a Cristo II


Moisés tem os braços sustentados por Thomas Brigstocke
Quanto a segunda revelação do salmo precisamos explicá-la bem, pois pode dar respaldo aos maneirismos que foram introduzidos nos cultos após o advento gospel. O salmista diz: Em teu nome minhas mãos levantarei. E é aí que nessa hora todo mundo levanta as mãos mesmo que sem motivo aparente. Citei este fato apenas como ilustração. Não há qualquer tom de crítica ou desaprovação. Não tenho o costume de “trocar lâmpada” durante o culto, mas também não vejo razão para que não se faça. Contudo, tanto na Bíblia quanto especificamente neste salmo, levantar as mãos em nome de Deus carrega consigo um peso maior, um significado mais profundo do que um simples gesto de aprovação ou sinal de presença.
Moisés foi o personagem bíblico que mais objetivamente levantou as mãos em nome de Deus. Quando dividiu as águas do mar, abrindo o caminho que levou o povo da escravidão para a liberdade. A outra ocasião marcante está narrada em Êxodo 17. Moisés levanta suas mãos em nome de Deus na hora da batalha. Enquanto as mãos de Moisés estavam levantadas, Israel vencia. Moisés pode até ter levantado as mãos muitas vezes em manifestação de aceitação e de presença, clamando a Deus, exatamente como se faz nas igrejas hoje, mas especificamente nestes casos, ele estava assumindo um compromisso de, em nome de Deus, se empenhar na luta contra a opressão, em favor da liberdade e da justiça.
Quando o salmista do salmo 63 diz que levantará as mãos em nome de Deus está assumindo o mesmo compromisso de Moisés. Só que agora quem corre risco não é mais o povo de Israel, e sim apenas um homem, um servo de Deus, que está sendo perseguido por pregar a verdade, a liberdade e a justiça. E quem ameaça esta liberdade não são mais os egípcios nem as tribos hostis do deserto, mas o seu próprio povo que com ele atravessou livre o caminho aberto por Moisés. (anterior) (continua)


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