Cidade de Colossos |
Os cristãos de Colossos criam que Deus tinha vindo ao mundo
na pessoa de Jesus Cristo para amar, para perdoar e reconciliar o mundo. Por
isso a encarnação de Jesus Cristo virou o centro do conflito. Os gnósticos tinham
um pensamento bem elaborado. Eles começaram com uma suposição e elevaram o seu raciocínio
para uma verdade absoluta. Começando com a suposição de que a matéria é má, concluíram
que a carne humana é má. Se Jesus fosse realmente Filho de Deus ele não poderia
ter vivido na carne, como os cristãos anunciavam. Quando lemos no Credo de
Niceia: Gerado, não criado, de uma só substância
com o Pai, vemos o quanto os teólogos da época foram precisos em combater a
ideia de que Jesus não encarnado. Eles argumentavam que Jesus não tinha morrido
na cruz e muito menos ressuscitado porque ele nunca teria vivido num corpo
humano mau como o nosso.
Os cristãos de Colossos estavam sendo ameaçados pela sua fé
no que dizia o verdadeiro evangelho. Paulo escreve para consolá-los em suas
tribulações afirmando que eles estavam debaixo da graça de Deus, que Deus não
os tinha abandonado e o que Deus em Cristo havia feito por eles. Paulo queria transmitir-lhes
o que o evangelho tinha a dizer sobre as questões do bem e do mal em seus dias.
O tema que ele apresenta é esse: A resposta de Deus ao mal do mundo é Jesus
Cristo. Deus está levantado um novo povo no meio da raça humana: a igreja. A
igreja que deve ser a prova definitiva da intenção de Deus para com todos os
seres humanos.
Que a graça e
a paz de Deus, o nosso Pai, estejam com vocês! (Cl 1.1) Graça é palavra chave
para nos explicar a natureza e a atitude de Deus para conosco. Paz é o que
acontece quando aceitamos e recebemos o seu amor por meio de seu Filho. Vamos
analisar essas palavras.
Graça é aquilo que nos é dado livremente em amor. Cristo e a
sua cruz testificam esse amor não merecido de Deus. Nunca poderemos
conquistá-lo, nunca poderemos merecê-lo e nunca poderemos ser suficientemente
bons para sermos dignos dele. Graça é o amor não determinado por nós. Não há
nada que possamos ter e não há nada que possamos fazer para obrigarmos Deus a
nos amar. Deus nos ama porque ele é amor.
Se a vida cristã não começa pela experiência com a graça de
Deus ela não tem início. Porém, se ela começa com essa experiência, o seu
crescimento e amplitude não têm fim. A graça desfaz o orgulho da nossa autossuficiência
e nos surpreende com o reconhecimento de que somos amados por Deus apesar de
tudo que temos sido e de tudo que temos feito. Paulo queria que o povo de
Colossos soubesse disso. Deus não estava longe. Deus não estava indiferente à
sua criação. Deus não tinha abandonado o mundo à sua sorte.
Graça é a instigação da encarnação. Graça absoluta foi
revelada na vida, paixão e morte de Jesus Cristo. A graça estava acessível ao
povo de Colossos para enfrentar as frustrações, conflitos, tribulações e
desafios lançados pela tirania gnóstica. A vitória de Cristo sobre as forças do
mal era a vitória deles também. Eles não eram mais as vítimas desamparadas de
poderes além do controle. Todos esses poderes estavam, em Cristo, debaixo do
controle de Deus. (continua)
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