Deus e a gramática – O Verbo feito carne

O Verbo se fez carne por Chris Shreve
No princípio era o Verbo,
e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
- João 1.1-2
Texto do reverendo Paulo Schütz.
Para todos os quatro evangelistas, a pré-história de Jesus era muito importante. Lucas não retrocedeu a um passado muito distante, entretanto, achou por bem iniciar com a recente história de Zacarias e Isabel, pais de João Batista. Marcos foi um pouco mais longe, iniciando suas narrativas pelos escritos do profeta Isaías. Mateus deu um pulo ainda maior e começou com Abraão. João não deixou por menos e foi ao tempo em que tudo o que foi feito se fez.
Ele não mencionou um nome, Abrão, Isaías ou Zacarias, mas sim um verbo, o Verbo. Fácil de compreender para quem conheceu aquele que se apresentou a Moisés. E, para deixar claro que se tratava do mesmo Deus, o evangelista empregou o mesmo verbo (em grego) que este revelara na ocasião (em hebraico) como se chamava, que corresponde em português a ser e estar. Talvez devido à ambigüidade do termo na língua que escrevia, repetiu-o quatro vezes, a fim de evitar engano.
Gramaticalmente, Jesus Cristo é um substantivo, um nome, próprio. Quando tomamos Verbo também como um nome, que é igualmente próprio, ficamos naturalmente confusos, pois dois nome próprios não podem compartilhar da mesma substância. Felizmente Verbo não designa uma substância, mas o que acontece e como acontece, o que acaba com a confusão.
É bom também não confundir o Deus dos dois primeiros versículos com o Deus Pai. Trata-se evidentemente do Deus triuno. O versículo 14 explica tudo: em Jesus Cristo, o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, de modo que vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, o Deus Filho.

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