“O que é Deus?”

Dia 1º da Criação, Lester
 ...e se eles me perguntarem: Qual é o seu nome?
Que lhes direi?
- Êxodo 3.13 -
  
Texto do rev. Paulo Schütz.

Recente vídeo veiculado na mídia com o propósito de esclarecer sobre o Estado laico propôs de início a questão Que é Deus? A dificuldade do tema começa já com a formulação da pergunta. Da maneira como foi colocada parece pressupor de saída que Deus é uma coisa. Por que não: Quem é Deus? Mas, neste caso, também de saída, pressuporia que ele fosse alguém, uma pessoa. Mas os próprios teólogos cristãos se enrolaram ao tentar responder a questão colocada dessa maneira e concluíram que ele não é apenas uma pessoa, mas três: Pai, Filho e Espírito Santo.

A teologia cristã tem por fundamento as revelações registradas na bíblia, que se referem a Deus como Pai, como Filho e como Espírito, mas não falam em trindade, como designamos a doutrina do Deus triuno. Na verdade, além desses três termos, o livro sagrado se serve de muitíssimos outros para se referir ao ser divino, tantos que talvez não houvesse nem espaço nesta postagem para sequer simplesmente mencioná-los. Quando procurou Moisés, por exemplo, ele próprio apresentou três identidades: o Deus de Abrão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Poderia ter apresentado muitas outras, mas estas eram certamente as conhecidas de seu interlocutor e bastavam para o propósito imediato.

Moisés não se deu por satisfeito. Sentia que estava diante de algo muito maior do que ouvira falar. E insistiu: quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?  A resposta, EU SOU, em vez de esclarecer, apresenta na verdade um enigma ainda maior. Ora, definimos as coisas para diferenciá-las de outras coisas, damos nomes às pessoas para distingui-las de seus semelhantes, mas quem ou o que não tem semelhante simplesmente É.

De igual modo, é supérfluo perguntar o que ou quem é Deus, pois nesse relacionamento, é ele que faz a/s pergunta/s, e a nós compete explicar o que estamos fazendo nessa existência que não nos pertence. As indagações que ele propôs a Adão, Onde estás?, a Eva, Que fizeste? , a Caim, Por que andas irado?, e muitas outras repercutem através do séculos e chegam até nós hoje.

À semelhança de Moisés, insistimos em questionar: quem quer saber? E soluções incontáveis são propostas através dos tempos, algumas completamente inadequadas, outras aceitáveis, mas todas muito distantes de serem completas. Àquelas que o próprio Deus apresentou ao seu enviado ao Egito, podemos acrescentar as múltiplas oferecidas pela própria escritura sagrada, pelas religiões que se inspiram nas coisas criadas e até pelos que se confessam materialistas, tais como justiça, misericórdia, amor, paz, solidariedade, humildade, alegria, vida, liberdade, beleza, ...nas palavras do apóstolo Paulo: tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe. TUDO DE BOM.


Referências bíblicas:
Gênesis 3.9, 13; 4.6; Êxodo 3.6, 13-14; Filipenses 4.8. 

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