A perfeição

Jesus no Getsêmani, mosaico em Ravena
Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.
- Mateus 5.48 -

Texto do rev. Paulo Schütz.

         Os homens dizem que para a morte não há solução. Jesus disse: Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. Os homens dizem: Nada é tão ruim que não possa piorar, e nada é tão bom que não possa melhorar. Jesus não disse: sede melhores; mas sim: sede perfeitos. Ele desconhece o mais e o menos, o melhor ou o pior; para ele é sim, sim; não, não. Ou é ou não é, ou está vivo, ou está morto; tanto que ele não nos adverte a corrigir nossos erros, mas simplesmente a nascer de novo.

As coisas deste mundo imperfeito, carnal, material é que podem ser melhores ou piores, mais ou menos. Por isso, os homens que se consideram mais estão sempre julgando, avaliando os demais, atribuindo-lhes notas, conceitos, concedendo-lhes graus, conferindo-lhes certificados, prêmios, homenagens, honrarias de toda a sorte. As coisas espirituais não são passíveis de julgamento, de avaliações, porque são sempre perfeitas, de modo que Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo; consequentemente, quem nasce do espírito, quem nele crê, não é julgado, mas o que não crê já está julgado. Então, no chamado julgamento final, que não será feita uma avaliação para atribuir conceitos, mas apenas uma separação entre o que não é julgado do que já está julgado, entre os cabritos e as ovelhas, estas à direita e aqueles à esquerda, nada de centro, centro-direita ou centro-esquerda.

As coisas divinas, ao contrário, não podem ser melhores ou piores, mais ou menos, porque já são perfeitas, e não são contaminadas pelas imperfeições deste mundo, de modo que o Pai celeste faz nascer o sol sobre maus e bons e vir chuva sobre justos e injustos. E Jesus nos adverte a sermos perfeitos como o Pai, pois, quando julgamos, atribuindo méritos e deméritos a estes ou aqueles, e a nós mesmos, nos fazemos filhos deste mundo e a sentença que proferimos recai sobre nós mesmos: Não julgueis, para que não sejais julgados. Portanto: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. E como, aos olhos de Deus, não há parâmetros para sabermos se somos melhores ou não que nossos irmãos, ou se melhoramos de ontem para hoje, o que só serviria para nos envaidecer, nos compete tão simplesmente praticar sua vontade a tempo e fora de tempo.

Enfim, como costumamos considerar também que perfeição é quando o bem atinge seu grau máximo, devemos estar atentos para o fato de que o que é bom para Deus nem sempre é o bom aos olhos do mundo. Por exemplo: o maior dentre vós será vosso servo; ...se  alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos; ...aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande; ...o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve; ... Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.

Referências bíblicas:
Mateus. 5.44-48; 7.1-2; 23.11; Marcos 9.35; 10.44; Lucas 9.48; 22.26; João 3.17-18; 11.25; Romanos 12.10.


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